Com depoimentos emocionantes, o filme de 45 minutos traz à tona detalhes sobre a ofensiva fascista que recentemente atacou a democracia niteroiense

 

Perseguição, acusações sem provas, tentativa de golpe, um preso que sequer foi ouvido, pedidos de impeachment, entre outras injustiças que marcaram o cenário político de Niterói no ano de 2018. O então prefeito, Rodrigo Neves, passou por uma crise orquestrada que atentou contra a democracia e o levou a uma prisão arbitrária que durou 93 dias, envolvendo toda a cidade na luta por justiça e verdade. Essa é a sinopse do documentário “Niterói Invicta – O golpe de 2018 e a atuação dos comunistas”, de Igor Alves Pinto , que está disponível a partir desta quarta-feira (25), online, para que todos possam saber os bastidores e entender um pouco mais sobre o fato que estremeceu a cidade à época.

Ao longo do filme, Neves fala sobre sua inocência, sentimentos e esperança: “Eu não desejaria ao pior inimigo passar o que eu passei, porque, sem nunca ter sido ouvido, numa decisão monocrática, fizeram aquilo com Niterói, mas fizeram aquilo comigo, com a minha família”, disse o então prefeito ao longo do documentário.

Com depoimentos emocionantes, o filme de 45 minutos traz à tona detalhes sobre a ofensiva fascista que atacou a democracia niteroiense. Durante o documentário, é possível identificar, pelos relatos, a prática de Lawfare, que é o uso das leis e dos processos jurídicos como ferramenta de manipulação para alcançar objetivos políticos. Essa prática transforma os tribunais e os procedimentos legais em arenas de disputas políticas, onde se busca prejudicar a reputação, atrasar projetos ou impedir a atuação de oponentes, criando uma batalha jurídica que favorece interesses políticos.

A história retratada no documentário, conta com depoimentos dos envolvidos diretos, advogados, cenas reais do plenário da Câmara dos Vereadores e a repercussão do caso na imprensa. Após um massacre, Rodrigo Neves comprova sua inocência e retoma sua trajetória política.

Rodrigo ficou privado de liberdade de 10 de dezembro de 2018 até 12 de março de 2019. Em 12 de dezembro de 2023, teve o processo extinto por unanimidade pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e pelo Superior Tribunal de Justiça, em razão da absoluta falta de indícios e elementos mínimos de que tenha cometido qualquer crime. Durante os 1.828 dias do processo, Rodrigo Neves sequer foi ouvido, nem quando estava preso.

Um dos grandes nomes à frente da defesa do Estado Democrático de Direito e contra a tentativa de golpe contra o prefeito foi o vereador do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Leonardo Giordano, que no documentário relata: “Todas as construções de décadas de governos progressistas em Niterói foram ameaçadas por uma manobra (…) Um dos instrumentos dessa tentativa de golpe era não dizer direito qual era a acusação, não explicar direito quais eram os elementos, as provas, não deixar o Rodrigo falar (…) rapidamente os personagens da extrema-direita se posicionaram. O pedido de impeachment de Rodrigo, com uma redação exuberante, aparece magicamente escrito”, declarou o parlamentar.

Ao longo do filme, a história recente é contada por quem viveu e esteve lá. Sobre o momento, a também vereadora pelo Partido dos Trabalhadores (PT) à época e atual deputada estadual, Verônica Lima, que exerceu fundamental papel na Câmara defendendo o respeito à democracia, complementa: “Causou certa estranheza que o Rodrigo fosse abordado em casa pelas forças de segurança às 6h da manhã e, às 14h da tarde, já com um pedido de impeachment com centenas de folhas”, relatou.

A força de Fernanda Sixel, esposa de Rodrigo Neves, é evidenciada no documentário. Fernanda desempenhou um papel estratégico e fundamental na defesa do marido, unindo pessoas e provas com uma determinação incansável até mostrar toda a verdade .