Há 5 anos….
Eu tinha 15 anos e, sim, o mundo parecia ser muito melhor. Eu estudava durante a semana, jogava minha bola, namorava, não tinha grandes preocupações, enquanto esperava o domingo…
Os domingos eram diferentes. Começavam com Fórmula 1 e terminavam com o Flamengo, no Maracanã.
Na TV, Galvão Bueno torcia mais do que narrava e, entre frases marcantes e roncos de motor, todos nós parávamos quando Senna “vinha na reta” e “repetia o ritual”…
Como significava aquela bandeira que Ayrton Senna “do Brasil” empunhava, mostrando seu orgulho de ser brasileiro.
Lembro de domingos na casa dos meus avós. Meu avô bebia uma Antártica e 1 litro de Coca-Cola era suficiente pra todos à mesa. Na TV da sala, de manhã, Ayrton Senna dava o rumo dos nossos domingos…
Eu, adolescente, acreditava que tudo era possível. Que o mundo poderia ser muito melhor do que era. E, acreditem, acho que era melhor…
Ayrton Senna não nos dava só alegrias. Trazia orgulho, esperança e vontade de vencer.
Em 1994, ainda me preparava para torcer pela seleção que não ganhava uma Copa desde 1970.
Romário, renegado, aparecia, assim como Ayrton, como a esperança de algo muito além de um grito de Campeão!
O ano de 94 prometia, até com o lançamento da nova moeda, que acabaria de vez com a hiper inflação, remarcação de preços…
Dizem que a Copa de 50 mudou os rumos do Brasil. Não digo que o ano de 1994 mudou tanto nossos rumos, mas ao tempo em que nos deu uma Taça, nos tirou um Herói, um Ídolo… Uma inspiração…
Os domingos nunca mais foram os mesmos…
A TV, agora, fica desligada… O tema da vitória nunca mais tocou e Ayrton Senna “do Brasil” nunca mais “veio na ponta dos dedos”…
Ah… o Mundo? Tá pior… Acreditem…
E esse 1o de maio não para de aprontar… Hoje, enterramos Beth Carvalho…
É, o mundo tá pior sim…