O músico e dramaturgo Lula Bastos conta um pouco de sua história e fala com orgulho do lançamento do livro “O Teatro Infantil de Lula Basto”.

E lá se vão mais de meio século quando o jovem estudante da Universidade Federal da UFF, Lula Basto, participava dos movimentos estudantis, políticos e criava esquetes e músicas. Formou-se na Faculdade de Letras.

Na década de 70, como bolsista, viaja para Alemanha com data para retorno em dois anos. Fica por lá mais 5 anos, sobrevivendo tocando piano, cantando música brasileira, bossa nova. Retorna ao Brasil à convite do maestro Edinho Krieger para trabalhar na Funarte. Lula Bastos a serviço desta entidade, viaja pelo Brasil ministrando o curso “ O ser humano sua sonoridade e seu Ritmo”.

Num encontro com Anibal Bragança, então, Secretário de Cultura, na gestão do prefeito Jorge Roberto Silveira, Lula é convidado para trabalhar na Funiarte como Coordenador de Atividades Artísticas, hoje Fundação de Arte de Niterói, onde até hoje se encontra. Entre tantos projetos realizados na Funiarte, lembra da “Semana de Cuba”, “Papai Noel Boa Praça” com o músico Chiquinho Aguiar e Sohail Saud, atividades musicais na Igrejinha de São Francisco e no Salesiano.

Lula Basto assume a gestão do Solar do Jambeiro na gestão de Marcos Sabino, na FAN -Fundação de Arte de Niterói-, em plena pandemia. Ele transforma o Solar numa Casa do Saber com uma atuante equipe, com Gigi, Denise, Cida e Claudia.

Com orgulho fala de seu trabalho no Solar do Jambeiro, ressaltando que foi a melhor experiência de cultura na sua vida. “Juntei a música e o teatro. “Aqui músicos se apresentam e falam de suas carreiras assim como o pessoal de teatro”, destaca.

Basto detalha, também, as boas exposições que foram montadas no Solar como de Brizola e Darcy Ribeiro. Ele ressalta as boas referências como Claudio Valério, Italo Campofiorito, Jorge Roberto Silveira, Rodrigo Neves, Axel Grael, que contribuíram para que desse seguimento a uma boa política cultural desde que entrou na FAC.- Fundação de Arte de Niterói, hoje FAN.

Lula refuta qualquer possibilidade de chamar o Solar do Jambeiro de equipamento. “Aqui é uma casa de cultura na sua essência. É um prazer, é um sonho, aqui trabalhar, onde acredito o que seja, realmente, cultura”, destaca.

Em relação ao teatro, como dramaturgo, relembra a primeira peça apresentada no Teatro Abel, de sua autoria e direção, “Pin, o Pinheirinho, contra a Serra Mocréia”, com a participação de um coro dos Pequenos Cantores do La Salle, com narração feira por narrado por Sohail Saud.

No Teatro Infantil, faz história como autor e montagens de “Pin, o Pinheirinho”, “Estórias de Francisco”, “Os olhos de Sofia”, “A Cigarra , a Formiga e o Cientista Felisberto” e a “Boneca Chiquinha”. Com esta última peça, ganha um prêmio nacional e destaque de crítica de Maria Helena Kunner. Fez, na área do teatro adulto, também foi sucesso em várias montagens e é autor das seguintes peças: ”O Sequestro do Órgão”, “Antenor também merece o Oscar”, “Os Miquinhos não vem aos sábados”, “Habibi”, “Xisto, o Imperador da Xistolândia” e “FM 1407”. Uma de suas peças de maior sucesso foi “Estórias de Francisco, um musical.”

Lula Basto é autor de várias trilhas sonoras para teatro e cinema. Na música erudita tem o CD Prelúdios Urbanos, instrumental gravado por músicos na Alemanha. Outro destaque de Lula é a peça O Sonho de Chiquinho Gonzaga , em parceria com a autora Ewa Procter.