Niterói completa hoje (dia 22/11), 450 anos de sua fundação, quando ainda era Aldeia de São Lourenço dos Índios. Para celebrar o aniversário da cidade, a Prefeitura de Niterói inaugurou o Restaurante Popular Carolina Maria de Jesus, no Fonseca. O novo espaço inclui também uma área onde funcionará uma Escola de Formação em Gastronomia, a primeira de caráter público em todo o Estado do Rio de Janeiro.
Essa é a segunda unidade do Restaurante Popular em Niterói, que já é o responsável pela unidade do Centro que foi municipalizada. O prefeito Axel Grael frisou que o espaço era esperado há tempos e também será uma oportunidade de capacitação para o mercado de trabalho.
“Esse é um equipamento muito importante que a Prefeitura oferece à população. Já temos pessoas hoje aqui que estavam ansiosas por essa inauguração. Essa obra era esperada há bastante tempo e nós fizemos bem rápido. Além de oferecer as refeições, em breve, vamos oferecer cursos de gastronomia e várias oportunidades de capacitação para que as pessoas que frequentam também possam se preparar para o mercado de trabalho”, contou o prefeito.
O ex-prefeito da cidade e atual secretário Executivo, Rodrigo Neves, contou que o novo restaurante vai garantir a segurança alimentar e nutricional da população que mais precisa.
“O Restaurante Popular integra o Programa de Segurança Alimentar de Niterói, porque nós temos um compromisso ético de garantir que todas as pessoas em Niterói tenham segurança alimentar e nutricional, especialmente aquelas que mais precisam. Esse equipamento vai garantir as ações de combate à fome e, ao mesmo tempo, um programa de iniciação e capacitação profissional para a inserção do mercado de trabalho, o que também é fundamental e importante para a população”, frisou Rodrigo Neves.
O Restaurante Popular da Zona Norte recebeu o nome de Carolina Maria de Jesus, uma reconhecida escritora negra da literatura brasileira. Seu livro “Quarto de despejo” traz as memórias de uma mulher negra e favelada que via a escrita como forma de sair da invisibilidade social em que se encontrava. A escritora mineira também ganhou reconhecimento no meio político. De acordo com o secretário Municipal de Assistência Social e Economia Solidária, Elton Teixeira, o novo equipamento vai ajudar a população do entorno a ter acesso a uma comida boa, barata e de qualidade.
“Esse é o restaurante mais moderno do Brasil e com acessibilidade. Ele vai atender toda a Zona Norte da cidade. Esse espaço será uma referência para o Brasil. No próximo ano, na parte de cima, vamos inaugurar também a Escola de Gastronomia Popular. E a escolha aqui do Fonseca se deu por ser uma região muito popular aqui da cidade. O novo Restaurante Popular recebe o nome de Carolina Maria de Jesus. Estamos no mês da Consciência Negra e Carolina Maria de Jesus foi uma escritora, uma poetisa negra, que falou muito sobre pobreza e sobre o combate à pobreza. Não temos dúvida de que esse equipamento vai mudar a realidade das pessoas aqui da região e vai ajudar com que a população do entorno tenha uma vida com mais dignidade e que possa se alimentar com uma comida boa, barata e de qualidade”, enfatizou Elton.
A obra, executada pela Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa), conta com dois pavimentos. O primeiro foi totalmente construído para atender o restaurante, que tem capacidade para servir até 2 mil refeições diariamente. A entrada conta com bilheteria e área de higienização, que leva diretamente ao refeitório, com capacidade para 200 pessoas. A cozinha industrial está ligada às despensas e outras salas menores direcionadas ao preparo dos alimentos. Os funcionários contarão com vestiários e salas de administração. Nos fundos do restaurante estão a área de carga e descarga e a torre de caixa d’água.
No segundo andar, fica a Escola de Formação, onde uma cozinha pedagógica vai qualificar os alunos para o mercado de trabalho e o empreendedorismo. A estrutura conta com salas de informática, auditório para palestras, vestiários, sala locker, despensas e uma área administrativa. Em todos esses espaços serão formados jovens e adultos nos cursos de Gastronomia, Padaria e Serviço para Bares e Restaurantes.
Assim como a unidade do Centro, o Restaurante Popular do Fonseca também contará com uma unidade de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional. Todo o prédio é acessível, com elevador e banheiros para Pessoas com Deficiência (PcDs).
A criação do novo Restaurante Popular faz parte da transformação da Zona Norte com o Plano Niterói 450 Anos. Outros investimentos, como a dragagem do Canal de São Lourenço e novo Terminal Rodoviário do Caramujo, também estão inseridos no plano.
Missa de celebração aos 450 anos de Niterói
A missa do aniversário dos 450 anos foi celebrada na Igreja de São Lourenço dos Índios, marco histórico onde se deu o começo da cidade, logo no primeiro horário da manhã.
“Essa é uma data especial. Aqui foram dados os primeiros passos, há 450 anos, e a gente pensa, ao longo de tantas gerações, quantas pessoas se dedicaram a construir Niterói. Uma cidade não fica pronta nunca e a nossa geração tem a responsabilidade de fazer com que essa cidade continue avançando, que ela continue buscando a justiça social, acolher aquelas pessoas que mais precisam e que seja uma cidade resiliente. Vamos continuar construindo a cidade que a gente sempre sonhou. Viva Niterói, que venham os próximos 450 anos”, disse o prefeito Axel Grael.
A celebração foi realizada pelo arcebispo metropolitano de Niterói, Dom José Francisco. O momento reuniu moradores do entorno e autoridades dos poderes executivo e legislativo municipais.
“Essa é uma caminhada encarregada de responsabilidades. Que todos nós, cada um com a sua responsabilidade, com a sua participação, possamos até o fim colaborar na construção da nossa Niterói” e, citando Dom Hélder Câmara, disse: “Não, não pares. É graça Divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa, manter o ritmo… mas a graça das graças é não desistir. Prosseguir firme. Podendo ou não podendo. Caindo embora aos pedaços… Chegar até o fim”, destacou Dom José Francisco.
Crédito fotográfico: Bruno Eduardo Alves