O escritor e pesquisador de memória literária Jordão Pablo de Pão faz sessão de autógrafos de seus dois últimos livros no Oscar Selvagem Pub, em Botafogo. A entrada é gratuita e a classificação etária, livre. Terá microfone aberto para os artistas presentes.
“Cáustico”, primeiro livro lançado pela editora ETÉ, cria um painel contemporâneo da sociedade brasileira, em que múltiplos sujeitos poéticos percebem e sentem as dores das violências em seu existir. “É, sem dúvida, minha obra mais comprometida com as questões do nosso tempo. Sai de cena o poema de homenagem e entram as lâminas da leitura engajada pós-ditadura”, aponta Jordão Pablo de Pão. Com 138 páginas de intensidade dramática, os textos consolidam uma espécie de manifesto à liberdade. Saindo do caos aparente à percepção poética de um país que tece a diversidade, o Brasil encontrado é “real, duro”, até “esquálido” em algumas linhas, mas sempre atento às existências possíveis no “incabível da realidade”.
Com um projeto gráfico urbano, que consolida a mensagem veiculada, os textos tratam de uma rotina rica em signos fortes. A música é o principal elemento condutor: da epígrafe de Caetano Veloso aos versos contundentes de Cazuza, a pulsante violação dos direitos básicos e o protesto constituem o Brasil que se vê na obra de Jordão Pablo de Pão. Nos textos introdutórios publicados, estão comentários artísticos de personalidades como as escritoras Beatriz Chacon e Vilma Piedade e a professora Iza Quelhas.
Já “Afinal, para que Academias de Letras?” apresenta, em 160 páginas, textos já publicados em periódicos acadêmicos e trabalhos inéditos de Jordão, com um tratamento didático e historicamente simples. “Não se trata de uma obra definitiva ou de um material aprofundado sobre esta ou aquela Academia. Busco uma visão geral, acessível e democratizadora, para que falemos seriamente sobre questões que apenas as eleições controversas despertam na sociedade”, afirma o pesquisador. No texto da quarta capa, o autor chancela que se trata de um trabalho “sem isenção”. Estão contempladas na obra as candidaturas de Maurício de Sousa e Conceição Evaristo, da safra mais atual de candidaturas, até particularidades históricas como a escritura do “Poeminha do contra”, de Mario Quintana, e a dificuldade da eleição de mulheres no sodalício.
A condução definitiva da estrutura das Academias de Letras para o acolhimento da sociedade resolve a necessidade de atualização essencial segundo a pesquisa apresentada. “Para fazer da obra um exemplo de aproximação que não nega a tradição, mas aprende com ela, publico meu Discurso de Posse na Academia Niteroiense de Letras e um cordel inédito sobre a peleja entre o pequeno escritor e a grandiosidade da instituição. São índices do respeito que se deve, sobretudo, ao já construído”, revela Jordão Pablo de Pão. O livro defende a manutenção das bibliotecas, a abertura das sedes ao público com atividades gratuitas e a facilitação do diálogo com os escritores que ainda não tenham alcançado a imortalidade como pilares da transformação proposta.
O AUTOR
Jordão Pablo de Pão – Pesquisador de Memória Literária, Escritor e Gestor Público. Pesquisador da história da literatura e das academias de letras, participa de instituições do gênero. Membro Titular da Academia Niteroiense de Letras. Ministrante de cursos e palestras sobre a história da literatura e a literatura da região metropolitana do Rio de Janeiro. Autor dos livros literários “Afinal, para que Academias de Letras?” (2023), “Cáustico” (2023), “Doce Maresia” (2021), “Café Quente” (2019) e “O Mar do Meu Velho” (2018-9), além de mais de uma dezena de livros artesanais e fanzines. Editor e Revisor de Texto, Cofundador da Editora ETÉ. Participante de diversas publicações coletivas e, como julgador, de diversos concursos literários. Há quinze anos ininterruptos atua na gestão pública municipal de Niterói-RJ. Pós-Graduado em Arquivo: Patrimônio Cultural, Histórico e Artístico. Graduado em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
SERVIÇO
JORDÃO PABLO DE PÃO AUTOGRAFA LIVROS EM BOTAFOGO
Data: 29/06/2023 (quinta-feira)
Horário de início: 19h
Duração: 180 minutos
Local: Oscar Selvagem Pub – Rua Paulo Barreto, 121. Botafogo, Rio de Janeiro, RJ. 22280-010.
Microfone Aberto
Classificação Etária: Livre
Entrada Franca