A Escola de Teatro Martins Pena, no centro do Rio, está em crise há bastante tempo. Só que, agora, desmoronando, com sua sede histórica, caindo aos pedaços, pode desabar a qualquer momento. Parece inacreditável uma notícia dessa em pleno Rio de Janeiro, que ainda é considerada a cidade cultural do País. Mas é verdade! O mais absurdo e kafkaniano é não se vê um movimento da classe, uma iniciativa do Estado e a Imprensa parece não vê nenhuma importância da escola de Teatro mais antiga da América chegar a este estado. E, por ali passaram Procópio Ferreira, Leopoldo Fróes, Denise Fraga, Tereza Rachel, entre tantos outros.
Fundada em 13 de janeiro de 1908, teve como seu primeiro diretor o escritor Coelho Neto, que também foi seu fundador. A escola recebeu o nome de Martins Penna, por ser considerado o precursor da Comédia de Costumes no Brasil.
A Escola Martins, primeiro ocupou uma sala no Teatro Municipal do Rio, depois passou para o Instituto de Educação e o Teatro João Caetano até chegar em sua sede própria na Rua Vinte de Abril, número 14, num casa neoclássica de 1835, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional.
Mais de um século depois, a escola está “cai não cai” correndo mesmo o risco de desabar e com todos os protestos dos estudantes o Governo do Estado parece não se sensibilizar com a situação. Há um encaminhamento para que a Faetec –Fundação de Apoio às Escolas Técnicas assuma a Escola Martins Penna mas a burocracia e outros entraves, que só eles explicam, não avançam na solução.
Mas não é só a Martins Penna que não é prioridade do Estado. Eles também estão acabando com os Animadores Culturais do Estado, artistas e professores, que ensinavam e faziam atividades artísticas nos Cieps, na época do governo Brizola. Com a destruição dos Cieps, ficou um grupo de Animadores em várias escolas, que mantinham acesa a atividade artística nas escolas estaduais.
Agora, no entanto, passados mais de 10 anos, as fírulas jurídicas governamentais entendem que eles precisam ser demitidos por não serem concursados ou seja lá o que estão justificando.
É mais um crime contra a cultura e o fim da última resistência, simbolicamente, dos Cieps.
A Cultura no Estado desaba!