As “lendas” do surf deram um show na etapa final do CBSurf Itacoatiara Master, ontem, dia 16/10, domingo, no costão da Praia de Itacoatiara, que abriu a série de três etapas do Circuito Brasileiro de Master, da Confederação Brasileira de Surf.
No ano de 2022, o circuito está recebendo grandes nomes da história do surf brasileiro. Surfistas com longas trajetórias de conquistas e títulos. Campeões brasileiros, campeões mundiais e nomes já classificados entre os melhores do mundo, estão dando ao público a oportunidade de ver e entender que se o surfe brasileiro, hoje, ocupa o primeiro lugar do mundo, esse é o resultado de décadas de muito trabalho.
O campeão, dessa etapa, na Master (35+) foi o surfista potiguar Júnior Rocha. Conterrâneo do campeão Olímpico, Ítalo Ferreira, Rocha venceu dois surfistas locais e levou para casa um lindo troféu, feito pelo artesão da cidade Marcilio Rodrigues. Ben Borges, surfista de Niterói, chegou a liderar a bateria, mas terminou na segunda colocação. O cearense Phelipe Maia ficou em terceiro. Phelipe demorou para pegar uma onda boa e somente no fim da bateria pegou uma onda regular.
Herdy recordista – Na final Master, Guilherme Herdy, já não conseguia mais surfar e terminou em quarto lugar. O herói local de Niterói, que já tinha surfado 8 baterias no domingo, começou a sentir cãibras no fim da semifinal Kahuna, antes das finais. Mesmo com muitos espasmos musculares, Herdy ainda fez mais duas finais, ficando com a vice colocação na Gran Master, e em quarto na Kahuna. Completando 11 baterias num só dia.
“Não foi fácil pra mim esses últimos dias. Fiquei de cama por quase duas semanas e há muito tempo não disputava tantas baterias. Acho que nunca fiz isso em toda minha carreira. Hoje, senti meu corpo todo puxando. Tive câimbra nas pernas. Depois meus braços ficaram dormentes e minha lombar travou. Muita coisa. Mas estou feliz de ver todo mundo aqui reunido, lembrando histórias do passado e de saber que todo mundo está bem”, disse Herdy.
O alagoano Klinger Peixoto, foi o grande vencedor na Grand-Master (40+). Ele, que estava em terceiro lugar na bateria, pegou uma onda faltando 3 segundos para terminar e virou a bateria pra cima de Guilherme Herdy, ficando com o título. O maranhense radicado em Santa Catarina, Álvaro Bacana chegou a ter a oportunidade, também no minuto final. Mas caiu na primeira manobra da onda que podia valer o título e terminou em terceiro. Em quarto lugar, ficou o cearense Angelino Santos.
Local de São Vicente, o surfista, advogado e jornalista Daniks Fischer, venceu na categoria Kahuna (45+), virando nos 5 minutos finais. O surfista do Rio de Janeiro, Arthur Gamma, chegou a liderar quase toda a bateria, mas terminou em segundo. O surfista da zona sul carioca, Eduardo Chalita, terminou em terceiro, praticamente empatado com Herdy, que foi o quarto.
Daniks Fischer elogiou o evento e destacou que o Rio de Janeiro continua lindo. “Foi aqui que fui campeão brasileiro, no fim dos anos 90. Reviver isso tudo, ao lado da minha esposa, é a maior alegria. Daqui há 2 meses vou lançar meu livro, com um pouco dessa história da minha vida que é surf, surf, surf. Parabéns a CBSurf e a todos que fizeram o evento, que foi maravilhoso.”, ressaltou.
A lenda do surf brasileiro, o cabofriense Victor Ribas – que já figurou no circuito mundial de surf, em terceiro lugar, no ano de 1999 – mostrou um surf lindo de borda, em todo evento e foi contemplado, na final Grand-Kahuna (50+), com a Vitória.
Entre os finalistas, Vitinho fez a maior nota e a maior média e mostrou que conhece bem as ondas do costão de Itacoatiara. O surfista da Prainha do Rio de Janeiro, Sérgio Noronha, ficou com a segunda colocação. O gigante baiano, Esdras Santos, que eliminou seu conterrâneo Jojó de Olivença na semifinal, chegou a abrir a bateria com uma onda boa, mas terminou na terceira colocação. O buziano, Duda Tedesco, não achou as ondas na final, e acabou na quarta colocação.
“O campeonato foi alucinante. Esse dia foi demais! Estou super feliz de rever a galera! Todo mundo surfando bem, motivados com a competição. Galera dando o máximo. Foi o maior barato!”, disse D Vitinho.
O carinhoso nome com o qual é batizada a categoria Legends, ou Lendas, (55+) conota o reconhecimento pela longa jornada de surfistas que abriram as portas do surfe brasileiro para o mundo. Entre eles, Edson Vieira, que foi surfista profissional representando São Paulo nos anos 80, levou, com folga, o troféu do CBSurf Itacoatiara Master. Em segundo, ficou o surfista local de Niterói, Alfredo Simon. Vlamir Reis, de São Paulo, ficou em Terceiro. O “mais experiente” da turma, na final, foi o catarinense Carlos Knoll, 59 anos. E surfando como garoto, mostrou que surf não tem idade.
O presidente da Neltur, Paulo Novaes, representando prefeito de Niterói, Axel Grael, destacou que a bela competição e organização do CBSurf Itacoatiara Master reafirma a Praia de Itacoatiara como um dos mais perfeitos cenários de ondas para as grandes competições de surf.
“A Praia de Itacoatiara é uma referência de palco esportivo para o mundo e quanto mais eventos desta importância atrai mais visitantes e turistas para a cidade, contribuindo para movimentar a economia da cidade”, ressalta Novaes.
CBSurf Itacoatiara Master foi uma parceria entre Prefeitura de Niterói, Secretaria de Esporte e Lazer, Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) e Niterói Empresa de Lazer e Turismo (NELTUR). A realização foi da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf), que nesta etapa teve a parceria da Federação de Surf do Estado do Rio de Janeiro (FESERJ), junto com a Associação de Surfe de Niterói (ASN). Os apoiadores foram, Surfland Brasil, Northshore, EBSCO, Gilo, Itacoatiara old School, Silverbay, Açaí do Joca Jr, W Laatam, FU WAX, Shaper Crivella, Puro Suco, Dunas de Itaipu, Todaro, Kaway e Full Filmes.
Crédito fotográfico: Pedro Monteiro
Legenda foto de capa: O presidente da Neltur, Paulo Novaes, representando o prefeito Axel Grael na entrega dos troféus