Desde janeiro em circulação na cidade de Niterói, a Moeda Arariboia já injetou mais de R$ 82 milhões na economia da cidade. Criada pela Prefeitura de Niterói há quase um ano, a Moeda Social Arariboia vem mudando a realidade das mais de 31 mil famílias que recebem o benefício. O programa de transferência de renda permanente beneficia mais de 100 mil niteroienses, além de auxiliar na retomada econômica na cidade de Niterói. O programa promove ainda a oportunidade de uma renda extra com a chance de receber em Arariboia por serviços e produtos.
O prefeito de Niterói, Axel Grael, destaca que a cidade tem uma gestão preocupada com as questões sociais.
“Estamos, a exemplo de outras cidades brasileiras, inseridos em um contexto nacional desafiador. Não estamos medindo esforços para apoiar a população que mais precisa, como forma de mitigar situações de dificuldades extremas entre as famílias niteroienses”.
A Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária é a responsável por gerir o programa. Elton Teixeira, secretário da pasta, reforça que a Moeda Social tem transformado a vida de inúmeros niteroienses.
“A moeda social tomou conta da cidade, especialmente nos bairros populares e comunidades de Niterói. Ao mesmo tempo que a moeda social atende a população mais vulnerável, ela também estimula o comércio local e os prestadores de serviços das áreas mais populares. É a união de transferência de renda, economia solidária, desenvolvimento territorial e local que vem mudando a vida de quase 100 mil niteroienses”.
Desde maio, a Prefeitura de Niterói começou a utilizar os bancos comunitários como uma extensão dos seus espaços dentro das comunidades. Com base nos princípios da Economia Solidária, os Bancos Comunitários oferecem serviços financeiros solidários, buscando geração de trabalho e renda através da reorganização das economias locais. O coordenador de economia solidária de Niterói, Maicon Carlos, conta que os bancos estão desenvolvendo ações com foco na territorialidade e promovendo diálogo social.
“São inúmeras atividades que o Banco Arariboia vem promovendo. O planejamento de atuação comunitária tem acontecido em todos os territórios que têm uma agência em suas proximidades, levando a prática da economia solidária pra toda a cidade”, declarou.
Myllena da Costa, 21 anos, é casada e tem dois filhos. A família dela é uma das 31 mil beneficiadas. Além da Moeda Social, Myllena participou da oficina de Tranças oferecida pelo Banco Arariboia e hoje consegue ter uma renda extra.
“Fiz o curso e me ajudou muito. Aprendi umas práticas que eu não sabia e estou conseguindo ganhar meu dinheiro. Eu não trabalhava antes, então comecei com as tranças depois do curso. Com o dinheiro que eu ganho nas tranças, também estou investindo na compra de roupas para vender. Aceito o Cartão Arariboia e o movimento tem sido bom. Já tem uns 5 meses que estou fazendo tranças e vendendo as roupas e não parei ainda para fazer conta, mas acho que já rendeu mais de R$ 2 mil de lucro. Invisto parte do dinheiro em novas compras e outra parte estamos juntando para fazer nossa casa e sair do aluguel”, contou.
Até o momento, já foram oferecidos cursos de estética facial e corporal, trança afro, maquiagem básica, trapo, educação financeira, gastronomia sustentável, minicurso de trapo e minicurso de crochê em uma das oito agências do Banco Comunitário.
Moradora do Caramujo, na Zona Norte da cidade, Aline Lemos, 24 anos, também participou das oficinas oferecidas na agência do Banco da Vila Ipiranga.
“Fiz o curso no Banco Arariboia. Não trabalhava e hoje consigo atender em casa as pessoas com o que aprendi. O curso ajudou muito, posso fazer algo e ocupar minha mente. Boto umas promoções e também atendo na casa das pessoas”, disse Aline que fez dois módulos dos cursos de Geoterapia (facial e corporal).
Histórico – A Moeda Social Arariboia foi lançada em novembro de 2021 e teve seu primeiro crédito no mês de janeiro de 22, quando foi implementada. O programa beneficia famílias que estão cadastradas no CadÚnico e que fazem parte do recorte de renda que as classifica como em situação de vulnerabilidade ou extrema vulnerabilidade. Desde então, já foram realizadas quase 30 mil transações em Arariboia e mais de 4.500 comércios.
O valor varia conforme o número de membros da família. O valor inicial, para o primeiro membro, é de R$ 250. A partir daí, cada membro recebe R$ 90 até mais cinco pessoas, totalizando 6 integrantes de uma mesma família, com valor máximo de R$ 700, para famílias com seis membros.
A Arariboia é a moeda alternativa para realização de transações econômicas sem utilização ou conversão por dinheiro com o objetivo de fazer girar e desenvolver a economia local. As moedas sociais cumprem um papel fundamental no desenvolvimento das comunidades já que permite a criação de um mercado complementar e oferece a possibilidade de se produzir e consumir dentro de um bairro ou município.
Além das famílias, mais de 5 mil estabelecimentos estão cadastrados para receber em Arariboia, movimentando as vendas e o comércio. Com a Moeda Social, ganha o usuário que tem uma renda para suas necessidades básicas, como alimentação e farmácia, e o comerciante que vê na moeda uma forma de ampliar sua receita.