A Secretaria Municipal de Saúde de Niterói organizou uma agenda de eventos para celebrar o mês da Luta Antimanicomial, movimento que se caracteriza pela luta por direitos das pessoas com sofrimento mental. Nesta quarta-feira (dia 18/5), às 16h, o grupo Pirei na Cenna apresentou a peça “Doidinho para trabalhar” na Sala Nelson Pereira dos Santos (Av. Visconde do Rio Branco, 880 – São Domingos). O grupo surgiu em 1997 e faz parte do Teatro do Oprimido, importante método teatral criado por Augusto Boal.

Na quinta-feira (dia 19/5)está programado um grande ato de Luta Antimanicomial, no Terminal Rodoviário, ao lado do Bay Market. Na ocasião acontecerão oficinas, exposições e performances musicais. Segundo os organizadores, “é uma forma de mostrar para a sociedade que os usuários de Saúde Mental podem ocupar os espaços sociais e serem respeitados por suas condições”.

Já na sexta-feira (dia 20/05) haverá dois eventos: às 10h, será realizado um sarau no ambulatório do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba e, às 13h, outro evento musical no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e outras Drogas, da Alameda.

A programação segue na segunda-feira (dia 23/5), às 13h, com oficinas e música no CAPSI Monteiro Lobato, em Santa Rosa, dedicado para crianças e adolescentes. E, por fim, fechando a programação, o Teatro Popular Oscar Niemeyer é cenário de um espaço aberto de intervenções, em grande encontro entre usuários, profissionais e gestores. O evento acontecerá sexta-feira (27/05), às 9h30.

Para Anamaria Schneider, diretora-geral da Fundação Estatal de Saúde de Niterói (FeSaúde), responsável pela gestão da Rede de Atenção Psicossocial do município, o processo cada vez mais humanizado e organizado da administração da RAPS é importante para dar às condições necessárias para que os usuários da Saúde Mental tenham seus direitos garantidos:

“A FeSaúde entende o movimento da Luta Antimanicomial como um dos pilares de fortalecimento da garantia de direitos que todo cidadão tem de viver em sociedade. Receber cuidado com as garantias de poder exercer o seu papel de cidadão”.

 

História – A Luta Antimanicomial é um movimento que reestruturou a Saúde Mental, saindo da lógica do manicômio e dando prioridade à Rede de Atenção Psicossocial. A internação deve ser de curta duração e como último recurso em casos de urgência. Medidas de integrações, atividades musicais e oficinas passaram a ser consideradas tratamentos, além da atuação medicamentosa.

Esta é uma luta que surge em 1987 quando participantes do II Congresso Nacional de Saúde Mental denunciaram os abusos cometidos no tratamento dos usuários da Saúde Mental em Barbacena (MG) e em outros municípios pelo país.