O Theatro Municipal de Niterói recebe nos dias 29 e 30 de abril; 1, 7 e 8 de maio, a Cia Teatro Epigenia, com o espetáculo “O Alienista”, uma Fábula Patafísica sobre o Cientificísmo Oxidosistêmico, com Rômulo Estrela e direção de Gustavo Paso, numa versão livremente inspirada no conto de Machado de Assis.
O poder em todas as suas formas, o jogo da corrupção política, protocolos de saúde estapafúrdios, o absurdo da decadência humana, a falta de empatia, o massacre aos direitos humanos.Todas essas características juntas são familiares nos dias de hoje, apesar de parecerem distópicas. É justamente esse cenário distópico o da peça “O Alienista”. Com texto de Gustavo Paso e Celso Taddei, livremente inspirado no conto homônimo do imortal Machado de Assis, a nova montagem da Cia Teatro Epigenia, que comemora 22 anos fundação, leva ao palco um elenco de 14 atores/ cantores, protagonizados por Rômulo Estrela, que interpreta o paradoxal personagem de Simão Bacamarte e Luciana Fávero, fundadora da Cia, como a esposa, Evarista.
“Trazer a inspiração da obra de Machado de Assis é trazer a possibilidade de ser para além de nossos meios e tempo. Um homem negro, filho de escravos alforriados, esquizofrênico, que mal pode estudar até sua adolescência, viveu dentro de um pensamento europeu de que somos fruto do nosso meio! Um determinismo limitante que ele rompeu a ponto de ter sido um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras! É um dos principais nomes de nossa literatura e rompeu limites territoriais. Machado é um exemplo para o mundo atual, pois mostrou o que podia realizar mesmo com tanta adversidade. Esperamos poder inspirar esse pulsar, essa vitalidade e essa fé de que todos temos essa potência de romper o que nos determinam”, destaca Luciana Favero, atriz e produtora do espetáculo.
Qualquer semelhança é uma infeliz coincidência na versão de “O Alienista” da companhia teatral que chega à maioridade colecionando críticas positivas e ampliando sempre seu público fiel com espetáculos ousados, instigantes e de qualidades textual, dramatúrgica e cênica.Com essas marcas e, mais uma vez, sob a direção de Gustavo Paso, um dos mais premiados diretores do teatro brasileiro na atualidade.
“Conscientes de que está muito mais difícil criar uma analogia por meio de um mundo distópico com nossa vida, nos apoiamos no absurdo mundo da patafísica para entender a realidade, ou pelo menos para que o teatro possa, mais uma vez, servir de trampolim para espelhar essa sociedade destruída e desalmada que alguns insistem em tentar consolidar”,explica Gustavo Paso, diretor,dramaturgo e fundador da Cia Epigenia.
A Patafísica como ins-piração
A patafísica é uma crítica à lógica racional. Examina as leis que regem as exceções, nas palavras do romancista e dramaturgo francês Alfred Jarryé “aciênciadas soluções imaginárias”. A patafísica de Jarry é algo além da metafísica e além da física. Pode também ser vista como paródia: uma celebração bem-humorada do paradoxo, que opera, de modo cômico, a desconstrução do real e sua reconstrução no absurdo. A patafísica explora ‘elementos dissonantes’ de modo a criar não uma síntese, mas uma situação em que as incongruências podem coexistir. Atrás de toda a lógica, esconde-se o monstruoso.
A peça se aprofunda na pesquisa do Dr. Simão Bacamarte, médico renomado e de currículo invejável (mesmo que ninguém entenda as especialidades do doutor na então metrópole imaginária), acerca da loucura. Ele cria um lugar para internar os loucos da cidade sob seus próprios critérios do que é ser louco ou não. Esses critérios mudam conforme o tempo e os interesses – sejam por poder, por dinheiro, por reconhecimento – e geram revolta, golpes até a falência social e financeira da então Metrópole, que se transforma em Distrito e, em seguida, em um simples Vilarejo decadente e subserviente ao Império, nos idos anos do século XIX.
Assim, presencia-se a ascensão e queda de um louco que chega ao poder e passa a tomar decisões sem consultar previamente os representantes da sociedade, pois estão todos enjaulados no hospício fundado por ele mesmo! Mas isso é apenas uma fábula e é sabido que fábulas não existem!
FICHA TÉCNICA
Livremente Inspirado na obra de Machado de Assis “O Alienista”
Texto: Gustavo Paso e Celso Taddei
Direção e Cenografia: Gustavo Paso
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Trilha Original e Direção Musical: André Poyart
Treinamento Vocal: Dodi Cardoso
Figurino: Graziela Bastos
Adereços: Eduardo Andrade, Renato Ribone, Gustavo Paso, Eduardo Zayit, Malu Guimarães
Direção de Movimento
Coro: Edios Nunes
Direção de Arte: GustavoPaso
Elenco:Rômulo Estrela/Luciana Fávero/Gláucio Gomes/Vitor Thiré/Samir Murad/ Dodi Cardoso/ Renato Peres / Tatiana Sobral / Tecca Ferreira / Chiara Santoro / Eduardo Zayit / Erick Villas/ Laura Canabrava/ Renato Ribone
Produção Executiva: Júnior Godim
Direção de Produção: Luciana Fávero
Realização: Cia Teatro Epigenia
Protocolos sanitários:
É necessário apresentar o comprovante de vacinação em dia, no formato impresso ou digital, acompanhado de um documento com foto.
SERVIÇO:
“O Alienista” – Teatro
Datas: 29 e 30 de abril e 01, 07 e 08 de maio
Horários: sexta, às 20h, sábado e domingo, às 19h
Duração: 100 minutos
Classificação: 12 anos
Ingresso: R$ 60,00(inteira) – Vendas pelo Sympla e na bilheteria do teatro
Local: Theatro Municipal de Niterói
Endereço: Rua XV de Novembro, 35, Centro, Niterói
Tel: 2620-1624