O Ministério da Cidadania adiou o lançamento do Programa Auxílio Brasil, programa social que substituirá o Bolsa Família. Marcado originalmente para acontecer na tarde da terça-feira (19), no Palácio do Planalto, alguns fatores contribuíram para essa decisão.
Apesar de ter sido anunciado ainda em agosto desse ano, a proposta do “Novo Bolsa Família” ainda não foi totalmente aprovada. Uma das questões que atrasaram o lançamento foi a discordância entre a equipe técnica do Ministério da Economia e a ala política sobre o valor final da parcela do benefício. Esperava-se que a cerimônia de terça-feira pusesse um ponto final na disputa.
O embate gira em torno de uma diferença de R$100. Enquanto a equipe técnica defende que R$300 deveria ser o ticket médio do programa, a ala política tentava emplacar o valor de R$400. O valor a mais estaria fora do teto de gastos e seria algo temporário, se extendendo até o final de 2022. Alguns fatores influenciaram essa disputa, inclusive a estratégia política do presidente Bolsonaro, que busca uma reeleição em 2022. Nessa reportagem explicamos melhor alguns dos motivos que dividiram opiniões em relação ao valor da parcela.
No fim, em uma vitória da ala política sobre a equipe do Ministério da Economia, ficou decidido que valor seria R$400. O que significa que, no total, o valor extrateto estimado para cobrir a quantia da nova parcela seria de R$30 bilhões.
De acordo com o jornal Poder 360, a estrutura da cerimônia chegou a ser montada, o credenciamento mobilizado e alguns convidados até chegaram à sede do governo. Entretanto, a reação do mercado financeiro ao novo valor do benefício foi um dos motivos que influenciaram o cancelamento repentino. Após todo um dia de queda, a Bolsa chegou ao menor nível desde março. Enquanto isso, o dólar comercial terminou o dia em R$ 5,5944, com alta de 1,36%. Este é o maior valor de fechamento desde 15 de abril, quando o câmbio fechou em R$ 5,6241.
O Ministério da Cidadania ainda não remarcou a data do lançamento do Auxílio Brasil.