Programação começa nesta quarta-feira (8) e terá a instalação 90|25, que comemora os 90 anos do Cristo Redentor e o aniversário do Museu
07/09/2021 – O Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói abre para o público, nesta quarta-feira (8), sete exposições em comemoração ao aniversário de 25 anos. A entrada será gratuita durante todo o mês de setembro e o visitante só conseguirá ver todas as obras se percorrer os espaços do museu – galerias internas, rampa e praça –, acessar a internet e se for até a praia da Boa Viagem. Com esta iniciativa, vem a ideia da quebra das barreiras físicas: um museu que se espalha pela cidade, pelas redes.
Nesta terça-feira (7), durante a solenidade de abertura das mostras, foi lançado o primeiro Plano Museológico do MAC Niterói, um planejamento de cinco anos para as ações do equipamento. O evento aconteceu no museu seguindo os protocolos sanitários determinados por conta da pandemia do novo coronavírus.
“Esses dois monumentos, o MAC e o Cristo Redentor, trazem dois grandes desafios: o Cristo, com 90 anos, foi construído nos primórdios do concreto armado no mundo. É um desafio muito bem expresso pelo Oskar Metsavaht em sua exposição. O mesmo desafio foi feito por outro Oscar, o Niemeyer, ao construir esse museu que completou 25 anos. Ao longo deste período, tivemos aqui eventos memoráveis, exposições especiais”, diz o prefeito de Niterói, Axel Grael. “Começamos agora, também, um processo de parceria com o Santuário Cristo Redentor e, pelos próximos meses, uma equipe da Neltur estará nos representando no alto do Cristo. De lá, convidaremos os visitantes a virem conhecer Niterói também. Teremos todo um planejamento para oferecer a cidade como um destino turístico. Tenho certeza que faremos muitas coisas boas juntos”, acrescenta.
Axel Grael também fez um agradecimento especial à equipe que já atuou no museu e aos profissionais que trabalham no equipamento atualmente.
“Gostaria de estender todo o meu reconhecimento a essa equipe que desenvolveu um trabalho que dá sentido a esse espaço como um espaço cultural. Estamos preparando os próximos anos do nosso museu, mas é um momento também de celebrarmos a reabertura deste equipamento neste período de pandemia. A pandemia não está superada, então ele está aberto com todo o cuidado necessário, com todos os protocolos sanitários determinados”, destaca.
A solenidade foi marcada, ainda, pelo lançamento do primeiro Plano Museológico, cujo objetivo é promover o interesse e diálogo público sobre a arte contemporânea, a partir da preservação, valorização, pesquisa, documentação e comunicação do patrimônio musealizado, estimulando reflexões e pensamentos críticos sobre arte, sociedade, meio ambiente e cultura.
“As sete exposições que o MAC está oferecendo convocam a população a entrar no museu e participar. O museu está recebendo obras contempladas pelos editais de cultura. Já temos em 2021, R$ 23 milhões investidos na Cultura. É um orgulho para qualquer pessoa estar como secretário das Culturas quando o MAC, símbolo moderno de Niterói, completa 25 anos, e nos coloca na missão de pensar nos próximos 25 anos. Niterói continua reafirmando seu compromisso com a cultura”, afirma o secretário municipal das Culturas, Leonardo Giordano.
Também foi anunciada a retomada do conselho deliberativo, com a meta de engajar a participação da sociedade no museu, através do diálogo e de uma gestão pública e transparente.
“Eu tenho uma ligação profunda e intensa com o museu porque participei da ideia da criação do MAC. Eu vi a construção, o quanto foi difícil convencer a sociedade na época sobre a importância do museu. Hoje, 25 anos depois, toda a sociedade compreende o museu de arte contemporânea. O nosso MAC precisa ser acessível para que todos o conheçam e que tenham orgulho desse espaço tão importante para a arte e cultura do mundo”, aponta o presidente da Fundação de Arte de Niterói, Marcos Sabino.
Para o diretor do MAC Niterói, Victor De Wolf, o espaço olha para o próprio passado, mantendo viva a missão de ser um abrigo da arte contemporânea, mas se recolocando também como um museu que traz o novo, que pauta os debates importantes da sociedade.
“Estamos inaugurando hoje as exposições com a melhor expectativa possível de contar essa história de 25 anos do MAC. Trazer a sua coleção para o público, trazer a discussão também como os outros artistas que vêm aqui para o equipamento propor, dialogar com o monumento do Cristo Redentor e com o museu. É o que a gente costuma dizer, para conseguir ver tudo o que está acontecendo aqui, tem que estar dentro e fora do equipamento, tem que ir nas redes sociais, nas exposições virtuais, tem que ir à Praia da Boa Viagem, dar uma caminhada pelo pátio e pelo interior do museu”, frisa De Wolf.
Parceria com o Cristo Redentor – O conjunto das exposições do salão principal, varanda e mezanino forma a instalação 90 | 25, que celebra os 90 anos do Cristo Redentor e os 25 anos de inauguração do Museu de Arte Contemporânea de Niterói.
“Estou certo que faremos uma bela canalização de fluxos turísticos partindo do Cristo Redentor para Niterói. Teremos um encontro da arte, da cultura e da fé, nesse belo equipamento”, ressalta o reitor do Santuário Cristo Redentor, Padre Omar.
No salão principal, a exposição “Ícones e arquétipos”, de Oskar Metsavaht, traz um conjunto de obras – fotografias, pinturas e vídeos – que estabelece uma correlação entre os dois monumentos construídos em concreto armado, símbolos das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói.
“Nesta exposição, eu apresento as analogias estéticas que vejo na construção tanto do MAC quanto do Cristo Redentor. Tive o prazer de poder mergulhar no olhar de ambos, na sensibilidade para desenhar as suas linhas, curvas e retas. E, com isso, compartilhar com o espectador que venha conhecer a exposição, o meu olhar de detalhes que fazem desta obra do Niemeyer um dos símbolos da arquitetura modernista brasileira, junto à estátua do Cristo Redentor”, diz Oskar Metsavaht.
Na varanda, a exposição “A simbologia da paisagem”, com obras das Coleções MAC e Sattamini, dialoga com as obras de Oskar Metsavaht. Já no mezanino, a mostra recebeu o nome “A materialização do invisível”, com obras das Coleções. A curadoria é de Marcus de Lontra Costa. Diversos autores e trabalhos de extrema importância para a arte contemporânea brasileira poderão ser conferidos pelo público, incluindo nomes como Lygia Clark, Tunga, Beatriz Milhazes e Ricardo Ventura.
Na Praça do Museu, o público será recebido pelo monumento dos 25 anos – criado, especialmente para o local, por José Raul Allegretti, para ser visto por todos os lados. Durante a solenidade, o prefeito inaugurou a escultura, um diálogo com a arquitetura de Niemeyer.
“Concebemos esta obra com retas e ângulos retos para sequer arranhar as curvas do nosso querido e premiado Oscar Niemeyer, que sempre se apaixonou por elas. Queremos que esse monumento sirva de exemplo para evitar desperdícios, ressignificando resíduos, o princípio básico do nosso movimento Círculo Único, que é o respeito e a parceria com a natureza, o que foi fortemente observado no projeto desta escultura. A escultura de aço teve garantia de sua estabilidade com o mínimo de consumo de material. As placas isolantes impermeáveis para a exposição ao sol e à chuva evitam alterações na estrutura geométrica. Foram produzidas com a reciclagem das partes internas de 40 mil caixas de leite. A forma foi concebida por cinco blocos unidos por 1.500 parafusos para evitar o processo de solda no pátio do museu”, explica o artista.
Outras obras – Diversos documentos, publicações e imagens fazem parte da exposição MAC Origens, que traça um panorama da história deste museu tão icônico e importante para Niterói.
Já a exposição inédita no Brasil “Web Derive 01”, que integra o projeto “Transeuntis Mundi”, da artista transmídia, pesquisadora e musicista brasileira, Cândida Borges, e do artista colombiano e escritor, Gabriel Mario Vélez, também poderá ser vista no MAC. A mostra retrata a transculturalidade que resulta das migrações, com captação em realidade virtual de pessoas em várias cidades do mundo como Nova York, Londres, Rio de Janeiro e Bogotá.
Com citações em néon de compositores como Caetano Veloso, Paulinho da Viola e Nelson Sargento, a exposição “Samba Exaltação”, de Felippe Moraes, tece comentários filosóficos sobre o carnaval ausente, a pandemia e o atual contexto histórico e social do Brasil.
Ao longo do mês de setembro, outras linguagens estarão presentes na programação, como a Cia de Ballet de Niterói, nos dias 11 e 12, trazendo a dança contemporânea da cidade para o interior do museu, em uma apresentação inédita criada exclusivamente para os 25 anos do MAC. No dia 23, acontecerá o Seminário de Arte e Cultura LGBTI.
Também participaram da solenidade de abertura das mostras, o curador da instalação 90 | 25, Marcus de Lontra Costa, a presidente da ArtRio, Brenda Valansi, além de artistas e curadores convidados, funcionários e ex-funcionários que fazem ou fizeram parte da história do museu.
Sobre o MAC Niterói – Idealizado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) é um equipamento administrado pela Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal das Culturas e da Fundação de Arte de Niterói. Inaugurado no dia 2 de setembro de 1996, para abrigar as obras da importante coleção de João Sattamini, em 2016 passou por uma reforma inédita de modernização. Em 25 anos, foram realizadas 186 exposições com mais de 9 mil obras e 2,8 milhões de visitantes.
Referência para a cidade e com projeção mundial, o MAC é um dos cartões-postais de Niterói. A forma futurista criada pelo arquiteto Oscar Niemeyer tornou-se um marco da arquitetura moderna mundial. A construção lembra uma flor, ou uma nave espacial flutuando sobre uma pedra que avança para o mar. Sua grande rampa externa de concreto, com piso vermelho, conduz o visitante aos pavimentos superiores com vista panorâmica de 360 graus para a Baía de Guanabara e as cidades do Rio e de Niterói.
Sobre as exposições
90 | 25 – O conjunto das exposições do salão principal, varanda e mezanino forma a instalação 90 | 25. No salão principal, estarão expostas obras de Oskar Metsavaht, relacionadas aos 90 anos do Santuário Cristo Redentor. A exposição foi intitulada “Ícones e arquétipos”. Na varanda estará a exposição “A simbologia da paisagem”, com peças das Coleções MAC e Sattamini, que dialoga com as obras de Oskar Metsavaht. No mezanino, a mostra recebeu o nome de “A materialização do invisível”, com obras das Coleções. A curadoria é de Marcus de Lontra Costa.
Transeuntis Mundi – Uma exposição inédita no Brasil fará parte das comemorações dos 25 anos do MAC: “Web Derive 01”, que integra o projeto “Transeuntis Mundi”, da artista transmídia, pesquisadora e musicista brasileira, Cândida Borges, e do artista colombiano e escritor, Gabriel Mario Vélez. A obra, que já esteve em sete países, poderá ser vista em Niterói, primeira cidade brasileira a recebê-la, em duas versões: presencial, entre os dias 8 e 12 de setembro, e online, pelo site do MAC, até 30 de setembro. A exposição virtual mostrará por meio de imagens e sons, as interações culturais fruto da migração mundial. Uma viagem de possibilidades que leva às ancestralidades e a futuras possibilidades nas relações culturais.
Samba Exaltação – Segunda exposição individual do artista Felippe Moraes na instituição e parte da programação especial de celebração dos 25 anos do museu. A partir do dia 8 de setembro, o público poderá conferir um panorama dos trabalhos em néon produzidos desde 2019, todos inéditos no Rio de Janeiro, com citações de compositores como Caetano Veloso, Paulinho da Viola e Nelson Sargento. Eles tecem comentários filosóficos sobre o carnaval ausente, a pandemia e o atual contexto histórico e social do Brasil. A mostra terá conteúdo presencial e online, que pode ser acessado por QR Codes espalhados pelo espaço e texto assinado pelo curador e pesquisador Alexandre Sá.
Monumento Comemorativo dos 25 anos do MAC Niterói – O monumento aos 25 anos do MAC Niterói é uma obra criada para ser vista por todos os lados. Mais que uma alusão à idade do museu, ele é uma comemoração à arte. Um confronto de formas, que, através do Círculo Único – movimento criado por José Raul Allegretti, seu autor, se harmoniza nos olhos, mente e espírito de quem a vê. A curadoria é de Priscilla Allegretti.
MAC Origens – Uma instituição é feita da sua história e a do MAC Niterói começa antes mesmo da sua construção, na década de 1990. Neste espaço, será contado um pouco desse passado, em um pequeno recorte da trajetória. Por meio de imagens da construção, documentos, publicações, entre outros, é traçado um panorama das origens deste museu tão icônico e importante para Niterói.
SERVIÇO
Abertura das 7 exposições do MAC para o público
Data: a partir do dia 8 de setembro, quarta-feira
Visitação: galerias – interior (de terça a domingo, das 11h às 16h) | pátio (de domingo a domingo, das 9h às 16h)
Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/nº, Niterói.
Entrada gratuita no mês de setembro
Informações: 2722-1543 ou pelas redes @macniteroi
Foto: Leo Zulluh